A inflação voltou a subir nessa semana. Os números foram divulgados na
segunda-feira (17). E a alta foi puxada de novo pelo aumento no preço
dos alimentos. É muita diferença, principalmente considerando o
acumulado do ano.
A notícia boa: a inflação será mais baixa do que no ano passado. A
ruim: ficará acima de 5%, o que para os economistas é muito alto.
Ainda não foi dessa vez que a inflação deu um alivio. O índice semanal
de preços ao consumidor, divulgado na segunda-feira (17), subiu 0,49%.
Os alimentos continuam sendo os vilões.
Na cozinha de Claudia, tem tudo que subiu de preço. A carne ficou mais cara, a batata inglesa e o pão francês também.
“Pãozinho subiu muito o preço. Antes, eu pagava R$ 8 o quilo, depois
passou para R$ 10, hoje está quase R$ 12 o quilo. Peito de peru e
presunto, que a gente compra sempre, também subiu bastante”, conta
Cláudia Motta.
A explicação para muitos desses aumentos está bem longe. A seca nos
Estados Unidos destruiu plantações de grãos e fez os preços, inclusive
de carnes, dispararem no mundo inteiro. É que os grãos são usados como
ração.
“Mercado internacional pagando mais, o produtor nacional fica assediado
a vender no exterior. Para compensar esse ganho que ele teria lá fora
ele cobra mais dos consumidores e dos compradores localmente”, afirma
Samy Dana, professor da FGV-SP.
Também pressionam a inflação os serviços. Empregada doméstica, cursos e
reparos em casa foram os que mais subiram até agosto, segundo o IBGE.
“A gente não pode importar serviços, como acontece como outros bens.
Então, nesse contexto, esses preços tendem a subir em um ritmo maior do
que os outros preços. E isso não muda nos próximos anos”, diz Silvio
Campos Neto, economista.
O ultimo trimestre está se aproximando e a previsão dos economistas é
que a inflação suba ainda mais nessa época. Porque a economia está
começando a acelerar e as pessoas compram mais roupas, comida,
presentes. A questão é saber até onde vai o fôlego da inflação no
momento de vários estímulos ao crescimento.
De janeiro a agosto, a inflação acumulada, medida pelo IBGE, é de
3,18%. O mercado prevê que o índice oficial de preços vai terminar o ano
em 5,26%. Menos do que a inflação do ano passado, de 6,5%, que é a
máxima que o governo admite; mas acima do desejado, o chamado centro da
meta, de 4,5%.
“O governo tentou deixar um pouco mais de lado a meta inflacionária em
prol de políticas de incentivo ao desenvolvimento, mas não teve muito
êxito. A inflação subiu e o crescimento foi baixo”, afirma Samy.
Para outro economista, a redução do preço da energia elétrica definida
pelo governo deve segurar um pouco a inflação no ano que vem. “O alívio
para 2013 acaba decorrendo dessa queda anunciada de preços de energia,
que vai impedir um cenário ainda mais preocupante para o ano que vem”,
diz Silvio Campos Neto.
Os economistas lembram que inflação alta prejudica principalmente as
classes mais pobres. Porque elas que comprometem uma parcela maior do
salário com despesas como alimentação e aluguel, e não têm como se
defender da inflação alta.
Texto: Bom dia Brasil
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