Em meio à paralisação nacional dos professores, a classe amapaense discutiu na manhã de ontem (15) a situação da falta de merenda escolar nas escolas municipais e estaduais do Amapá.
Segundo os professores, que conhecem as necessidades diárias das instituições de ensino, diferentemente do que se apresenta pelo Governo e Prefeituras, são contadas a dedo o número de escolas que recebem realmente o sistema de alimentação regionalizada. “Nós observamos que alguns meios de comunicação dão uma ênfase maior em relação a essa situação, onde são mostradas crianças recebendo a merenda regionalizada, porém se o foco sair um pouco das escolas apontadas como exemplos, com certeza os jornalistas encontraram, não muito longe, escolas que mal tem o famoso suco com bolacha”, explicou Genivaldo Oliveira, Representante do Sinsepeap no Conselho de Alimentação Escolar.
Segundo o representante existem casos de escolas em que professores e merendeiras tem de fazer coletas para comprar tempero para preparar a comida. “Os casos mais graves, podem ser encontrados no interior que por conta da falta da merenda escolar, os professores são obrigados a liberarem a turma antes do horário”, explicou.
Genivaldo ainda foi além e afirmou que essa realidade não é exclusividade das escolas localizadas nas áreas de interior do Estado, mas na própria Capital. “Hoje, algumas escolas já se reestruturaram, pois no inicio das aulas não contavam com a merenda escolar, mas tal readequação não é satisfatória, pois foge ao projeto ‘Merenda Regionalizada’, pois não oferece aos alunos alimentos com boas cargas nutricionais, apenas o conhecido suco/achocolatado com bolacha”, concluiu o representante.
Munida desses relatos Dorinha Prego, diretora do Sinsepeap, apresentou na manhã da ontem uma palestra com o Tema: Alimentação Escolar: A necessidade do Professor conhecer a legislação, sobre alimentação escolar, vigente nas diretrizes da educação nacional. “Essa palestra se fez necessária porque a alimentação escolar vai além do simples ato de fornecer o alimento aos alunos, pois também tem como objetivo promover a educação alimentar e nutricional nos currículos escolares, dando ênfase à estratégia das hortas escolares e da compra dos produtos dos pequenos agricultores familiares, ou seja, os objetivos são bem mais abrangentes, do que o fornecimento da merenda, pois incluiu várias classes sociais”, concluiu Dorinha.
De acordo a diretora essa ideia não é um plano a ser almejado, pois já está preconizada na resolução 038/2009 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
A Prefeitura disse que o programa de merenda escolar está sendo implantado paulatinamente nas escolas de Macapá. Já o governo do Estado justificou o problema dizendo que alguns caixas escolares estão inadimplentes, dificultando a compra da merenda.
Texto e foto: Jornal do Dia
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