BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta quarta-feira uma série de mudanças na aplicação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Uma das principais medidas será tornar a avaliação obrigatória para todos os estudantes que concluirão o curso num determinado ano (atualmente, quem termina o curso no primeiro semestre não presta o exame). Além disso, a nota de um aluno que trocou de universidade no ano da sua formatura será, a partir de agora, atribuída à faculdade onde ele estudava antes.
As mudanças são para garantir a eficácia da avaliação do Enade. Nós publicaremos ainda hoje as alterações e a mudança básica é que todos os alunos concluintes do semestre em que a prova é feita e do próximo semestre terão que fazer prova. Portanto, tentar adiar a formatura de um estudante para melhorar o desempenho não será permitido. Nós queremos que todos eles façam, para termos a verdadeira avaliação de cada instituição.
As novidades foram anunciadas após uma série de denúncias contra universidades que estariam selecionando seus melhores alunos para prestar Enade e, assim, conseguir uma melhor classificação entre as instituições. Para isso, algumas faculdades estariam até alterando a matrícula de determinados estudantes.
Durante a reunião na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para debater o Plano Nacional da Educação, Mercadante comentou também o Enem. No mês passado, ele disse que “o MEC não tem culpa de o Brasil ser tão grande e diverso”, ao referir-se às falhas logísticas do exame. Nesta quarta, o ministro afirmou que são envolvidos na realização da prova 61 batalhões do Exército e 79 unidades dos Correios, além de serem percorridos, no mesmo horário, 305 mil quilômetros em mais de 10 mil rotas.
De acordo com o MEC, a meta da expansão da rede federal de ensino tecnológico é de 562 unidades novas em 512 municípios até 2014. Mercadante disse ainda que é preciso desconcentrar os campi das universidade federais e pediu ajuda dos parlamentares para identificar os melhores locais.
No atual ensino superior, 73,2% dos matriculados estão na rede privada, 15,3% nas federais e o restante nas instituições estaduais e municipais. A maior parte dos alunos está no curso de administração, mas há defasagem na engenharia em comparação a outros países. São seis engenheiros por mil habitantes no Brasil, contra 80 na Coreia do Sul e 40 nos Estados Unidos. Médicos são 1,8 por mil habitantes, abaixo dos 2,4 por mil nos Estados Unidos, 2,7 no Reino Unido, 3,6 na Alemanha, 3,7 no Uruguai.
Texto e foto: O Globo
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