sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Pará tem novo surto da Doença de Chagas e 45 casos foram registrados

O Pará vive um novo surto da Doença de chagas, a suspeita é que a contaminação tenha sido provocada por um produto típico da região e é vendida em todo o Brasil.

A expressão de Ana Cristina não esconde o mal estar: febre, calafrio, dores no corpo. A estudante só descobriu que tinha doença de chagas depois de dez dias apresentando os sintomas.

“Só ia ao hospital, me davam injeção, só me furavam. Estou toda doída de injeção e não passava nada”, conta.

Ivanete também ficou doente. E anda com dificuldades por causa de dores nas pernas. “Eu costumava lavar roupa, assear a casa, agora eu não consigo fazer nada disso”, diz.

Em Abaetetuba, no nordeste do Pará, 13 pessoas contraíram a doença só no mês de agosto. Dessas, 12 são de um mesmo bairro. A Secretaria de Saúde de Abaetetuba suspeita de que a maioria das vítimas foi infectada depois de tomar açaí em ponto de venda. Inclusive a dona da casa, o filho dela e a neta, que também estão com a Doença de Chagas. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária.

Este ano, a Secretaria de Saúde do Pará registrou 45 casos do mal de chagas e uma morte. Se não for tratada rapidamente, a doença pode provocar sequelas graves, como a inflamação dos rins, fígado e coração.

“Então se, de repente, você é um trabalhador rural ou de maquinas pesadas, provavelmente você não vai mais continuar com esse trabalho porque a doença afeta o coração”, explica Eleid Goés, coordenador de Vigilância Epidemiológica.

O mal de chagas é causado por um parasita e transmitido, principalmente, pelo consumo de alimentos contaminados com as fezes do inseto. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, comprovou que o parasita consegue sobreviver na polpa do açaí refrigerado e até congelado.

“Temperatura ambiente e de 4°C”, afirma Ana Guaraldo, pesquisadora da Unicamp.

Segundo especialistas, na produção artesanal, o risco de contaminação pelo barbeiro é eliminado quando o fruto do açaí passa por um tratamento térmico semelhante ao da pasteurização, que é o processo normalmente utilizado pela indústria exportadora de açaí. Mas, de acordo com autoridades de saúde, muitos vendedores artesanais ainda não cumprem as normas de higiene.
 
Texto: Bom dia Brasil

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