O mercado da beleza vive dias de crescimento acelerado. E o Brasil já
se transformou em um dos maiores consumidores de cosméticos do mundo.
Especialistas afirmam que os gastos com xampu, maquiagem, cremes vão
dobrar nos próximos anos. É um setor que dificilmente enfrenta crise. E
que se destaca em épocas de economia em crescimento.
O Brasil é hoje o terceiro maior consumidor mundial de cosméticos. E
quem trabalha na área prevê que em quatro anos alcancemos o primeiro
lugar. Mas a concorrência no setor é grande. E por isso mesmo as
novidades não param de chegar ao mercado.
Espelho, espelho meu: “Não existe cabelo mais bonito que o meu, é o
mais lindo de todos, maravilhoso”, diz Carina Neves, recepcionista.
Cabeleira que se preze tem que ser exaustivamente manuseada. “Cachos
bonitos têm que estar bem definidinhos, ter bastante creme”, diz
Cleidiene Aparecida Silva, auxiliar de cabeleireira.
No salão e em casa também. “Mora só eu e meu pai, ele fica louco.
Porque não tem espaço para nada. O banheiro é meu. Desculpa, mas eu sou
mulher, fazer o que”, brinca Ana Paula Amorim, professora de dança.
É uma paixão traduzida em números. Em três anos, o movimento no salão
da Soraia Ferretti quase triplicou. “Agora que tem um dinheiro sobrando,
que hoje a classe média realmente melhorou o poder aquisitivo, ela não
economiza para beleza”, afirma.
E a projeção para 2020 é de ventos soprando a favor da beleza. Para se
ter uma ideia: o valor com a venda de produtos para cabelo só na Grande
São Paulo vai ser duas vezes maior do que o registrado na França. E o
dinheiro movimentado pelo setor de cosméticos e cuidados pessoais no
Brasil vai mais que dobrar.
“É uma combinação de três fatores. Primeiro, o brasileiro - por
definição - é ávido por consumir, obcecado por beleza. O segundo fator é
o aumento expressivo na renda real, sobretudo a classe media emergente.
E o terceiro é que a gente vai ter um bônus demográfico em 2020, a
gente vai ter o pico da população economicamente ativa. Então ele vai se
traduzir em um consumo acelerado de produto de beleza e de cuidados
para pele”, explica Fabio Stul, sócio-diretor da McKinsey & Company.
A indústria de cosméticos vai surfando nessa onda com máquinas a pleno
vapor. O Brasil já é o principal consumidor dos produtos de uma marca
multinacional. Há cinco anos passou os Estados Unidos no ranking de
vendas. Por isso, a indústria construiu em Cabreúva, no interior
paulista, o maior centro de distribuição do mundo.
Para os próximos anos, a empresa aposta no crescimento das vendas das
linhas de cremes faciais e de maquiagem. Tanto é que grande parte dos
lançamentos feitos hoje é de produtos dessas linhas. São mais de 300
novas opções a cada ano.
“Milhares de mulheres usam os batons que passam aqui pela minha frente.
Cada dia é um produto novo, um batom diferente. Para a gente também, é
todo dia uma novidade”, conta Denise Ribeiro, auxiliar de produção.
“Hoje maquiagem é só consumido por 40% da população. Hoje você tem o
batom e uma máscara para os cílios, mas a consumidora brasileira ainda
não tem o hábito de usar sombra, blush e outros produtos para completar o
seu look de maquiagem. Então são categorias que ela vai incorporar no
seu hábito, na sua rotina de beleza”, explica Ricardo Patrocínio,
diretor executivo de Marketing da Avon do Brasil.
E é o batom super-hidratante, o creme com nanotecnologia. Em uma feira
da beleza em São Paulo, a pele também está na mesa de apostas. “As
mulheres hoje gastam mais com produtos para pele do que a geração de 20
anos atrás. E a geração que está vindo agora vai gastar mais ainda”,
afirma Cesar Tsukuda, diretor da feira.
Elas. E eles também. “Creme para o rosto, creme do corpo, às vezes um
gelzinho creme para o pé também. A gente anda bastante, tem que cuidar
do pé também”, brinca Daniel Rosado, cabeleireiro técnico.
Em 2011, as vendas de produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumaria movimentaram mais de R$ 73 bilhões. Ao todo, 98% das
indústrias desse setor são de pequeno e médio porte. Ou seja, tem muito
espaço para empreendedores.
Texto: Bom dia Brasil
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